No soar de um berrante
Ao chegar o entardecer
Com a poeira no rosto
Voando em vento brando
Da terra suada e rachada com o calor
No sertão a percorrer.
Vem chegando de mansinho
Trotando sem parar
Aproximando de um riacho
Para a sede saciar.
Beba, beba com vontade
Até a sede passar
Coma um pedaço de pão
E a fome em ti cessará.
Deite ao solo frio,
Descanse seu corpo inteiro
Procure relaxar.
Logo vem o amanhecer,
Sua jornada irá despertar-te.
Começou um novo dia
Levanta desse chão surrado
Ponha-te a trotar lentamente
Levando sua boiada calmamente.
Há colinas ainda verdes
E pôr o gado a pastar
Numa sombra repousando serenamente
Lembrando de quando criança
Com meu pai a cavalgar
Em uma cela de mula mansa,
Cheio de medo as tantas
Fazendo tudo bem feito
Imitando meu pai querido,
Temendo decepcionar,
Esperando ansioso
Ele se sentir orgulhoso,
Sorrindo vim te afagar.
Dalmo 20 de setembro de 1997.
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